O
aumento no preço do feijão estaria ligado ao fato de o Governo não ter
feito estoque suficiente no ano passado. No Paraná, maior produtor do
país, o preço do grão subiu 25,85% apenas na primeira semana de abril.
A refeição do dia a dia
do brasileiro deverá continuar cara. Depois do aumento da salada puxada pela
disparada do preço do tomate, será a vez do arroz com feijão pesar no orçamento
do consumidor. É que, segundo o economista e sócio-diretor da Global Financial
Advisor, Miguel Daoud, o tomate pode sair de cena na pressão inflacionário de
hortaliças e verduras, mas o feijão tomará o lugar de vilão da inflação no
grupo alimentar de grãos ao longo das próximas semanas. “A inflação de
alimentos não vai dar sossego. O preço do feijão já está subindo”, alertou
Daoud. Segundo o especialista, o aumento de preço está ligado ao fato de o
governo, via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não ter reunido
condições para fazer preço mínimo (estocagem) no ano passado. Isso ocorreu
porque, segundo ele, o preço do saco de feijão no atacado permaneceu durante
todo o ano de 2012 acima do preço do mínimo. No Paraná - maior produtor de
feijão do País -, o preço da saca de 30 quilos do grão subiu 25,85% para R$
154,66 só no período de 8 a 11 de abril em relação ao acompanhamento da semana
anterior quando a saca era negociada no atacado a R$ 122,89. Soma-se a isso a
informação da própria Conab na semana passada, que ao divulgar o sétimo
levantamento de safra do grão, disse que considerando as três safras do ano, a
produção do feijão tende a ser ainda menor nos próximos levantamentos, em
virtude do “clima chuvoso no Sul do País e seco no Nordeste.” No total, a
expectativa é a de que a safra 2012/13 poderá chegar a de 2,987 milhões de
toneladas de feijão, em comparação com 2,919 milhões de toneladas na safra
anterior, representando um aumento pequeno de 2,3%. Na ponta do consumidor,
segundo mostrou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe), só na segunda quadrissemana, período de 30 dias
encerrados no último dia 15, o preço do feijão subiu 5,06%. A questão nem passa
pelo peso do produto na composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), que é pequeno, mas pela capacidade que ele tem de disseminar
inflação.
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